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Começo por dizer que nada me move contra o facto de os nossos
emigrantes falarem francês entre si, ainda que estando em Portugal de férias. Não
o faria se estivesse no lugar deles, mas é uma opção que devo respeitar.
O que me leva a escrever este texto é a constatação de um fenómeno, no mínimo,
estranho. Que os nossos compatriotas saídos para a terra dos relógios se
refiram à capital que os acolheu em bom francês, pronunciando Genève em
vez de Genebra, até se percebe, pois o hábito impõe a sua força e, por
vezes, nada há que lhe resista. Mas e aqueles portugueses que por cá vivem e
trabalham (e sempre assim o fizeram) que puxam pelo seu melhor “Genève”,
pensado eles que, ao fazê-lo, botam figura? Não estou a referir-me a meia dúzia
de casos, mas a uma tão grande tendência que chega a ser incomodativa.
No entanto, a absurdidade do fenómeno vai ainda mais longe, quando
essas mesmas pessoas revelam uma espécie de hibridez linguística ao falarem de
outras capitais, como nos casos:
1 - Fui de férias
para Genève e ainda deu para ir a Copenhaga.
2 – Londres tem muito
mais habitantes do que Genève.
Em nome da coerência, seria de pedir a essa rapaziada que dissesse “Fui
de férias para Genève, mas ainda deu para ir a Copenhague” ou “London tem muito
mais habitantes do que Genève.”
Por agora, chega.
Boas férias, sejam elas em Lisbon ou em Lisboa.
Mas quando se trata de beber uma boa genebra, a pronúncia é consensual.
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